Conheça o caminho percorrido pela água até as torneiras

Com um sistema de 1 milhão de metros de redes, a rotina nos reservatórios é estrategicamente planejada pelo Sanep para garantir o abastecimento da cidade

05/08/2021 | 12:08:48


Em Pelotas, município com mais de 340 mil habitantes, 24 reservatórios de água abastecem a população - 18 na área urbana e seis na zona rural. Coordenados pelo Sanep, com cerca de 30 funcionários, a rotina de trabalho é intensa para manter o funcionamento e abastecimento de cada uma das estruturas.

Com um sistema de 1 milhão de metros de redes, Pelotas conta com quatro Estações de Tratamento de Água (ETAs) para preservar a qualidade da água e distribuí-la até os reservatórios: ETAs Santa Bárbara, Sinnott, Moreira e Quilombo e quatro pontos de captação, que são as represas Moreira e Quilombo, o Arroio Pelotas e a barragem Santa Bárbara.

Instrumento no R15 é utilizado para medir a pressão. Foto: Luiza Meirelles

Para garantir o fornecimento e a distribuição da água para todos os bairros, o servidor do Departamento de Águas (Depa) do Sanep, João Luiz de Severo, responsável por monitorar e assegurar o funcionamento dos reservatórios, percorre os locais, diariamente, para controlar as operações. Desde 2001, na autarquia, João atua nessa função desde 2019.

“Trabalhei, primeiramente, como instalador, na rua, fosse com sol, fosse com chuva. Atuei até durante a madrugada, fazendo ligações de água até 2016, quando passei a encarregado de turma e, há dois anos, sou o responsável pelos reservatórios”, relata.

Cada reservatório é como uma parte de uma grande engrenagem que abastece a quarta maior cidade do Rio Grande do Sul. Eles se encontram em diversos pontos da cidade, para garantir o abastecimento de todos os bairros e regiões com água potável. A rotina de trabalho é imprevisível e, para assegurar a eficiência dos reservatórios, é preciso pensar em estratégias para otimizar a operação.

Encarregado dos reservatórios, João Luiz Severo atua no Sanep desde 2001. Foto: Luiza Meirelles

A comunicação integrada do Depa e a equipe dos reservatórios é essencial para a eficiência do trabalho. “A gente se comunica o dia inteiro pelo grupo do WhatsApp. Isso agiliza muito”, comenta João. Com uma rotina que começa cedo, o dia a dia dos reservatórios exige os serviços durante 24 horas. “O meu dia começa às 5h da manhã, porque olho meu celular e sempre tem alguma mensagem”, explica.

O caminho da água

O sistema de abastecimento de Pelotas (RS) opera por meio da captação da água na Barragem, arroios e represas, transportando-a para as ETAs, para passar pelo processo de recebimento dos produtos químicos necessários e pelo teste de potabilidade. Depois, a água é levada para os reservatórios, por meio de redes adutoras (tubos de transporte) e, das estruturas, a água é distribuída para os domicílios pelotenses, também por meio de tubulações.

Maior reservatório do município, R15, tem capacidade de armazenamento de 2.000 metros cúbicos . Foto: Luiza Meirelles

O R15, maior reservatório da cidade, com capacidade de armazenamento de 2.000 metros cúbicos, localizado no Balneário Santo Antônio e responsável por abastecer a região do Laranjal, garante o fornecimento de água por meio do reforço de uma ETA móvel instalada no local. O reservatório conta com sistema de automatização presente, também, em outros três reservatórios, para gerar mais agilidade e eficiência no sistema, além de uma análise da potabilidade da água a cada hora, feito pela técnica Cleia Monks, que atua no Departamento de Tratamento (Detr) do Sanep, para analisar o PH, a salinidade e o estado da água.

Importância da conscientização

Em 1950, Pelotas tinha cerca de 127 mil habitantes. Hoje, o número é quase o triplo. Assim, o sistema de abastecimento de água passou por adaptações e modernizações ao longo dos anos. Além do aumento expressivo da população, o alto consumo dos moradores, especialmente nas estações mais quentes do ano, faz crescer a responsabilidade do Sanep para abastecer todas as regiões.

Em 2020, por exemplo, a cidade enfrentou uma das grandes estiagens da sua história bicentenária, fazendo com que o nível da Barragem Santa Bárbara chegasse ao índice negativo de 4,40 metros - o mais preocupante desde a sua inauguração há mais de 50 anos. De acordo com a diretora-presidente do Sanep, Michele Alsina, o período foi aproveitado pela autarquia para reforçar o aspecto da conscientização em relação ao desperdício da água e a ações simples de redução no consumo individual, partindo da premissa que pequenos gestos impactam na coletividade. 

“O comprometimento de todos com o consumo consciente de água deve ser permanente, visando contribuir com o Município e o meio ambiente”, enfatiza.

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